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As guardiãs de saberes estão chegando com suas rezas, danças e benzições

Publicado em 23/10/2021 - 18:22 Por Jeremias Brasileiro
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Créditos da imagem: Capa de livro: Jeremias Brasileiro

Em outubro de 2019 estava em uma noite de autógrafos de meu livro: Ler Imagens contar Histórias - cronivivências de uma cidade em preto e branco. O livro é um retrato parcial da existência de negros e negras que participaram e participam da história uberlandense e que não faziam parte das narrativas da cidade.

Dentre os vários personagens partícipes desta obra, ao final privilegiei a história e a memória de três ilustres senhoras que igualmente foram responsáveis pelas minhas primeiras incursões de pesquisa na interioridade da manifestação cultural e religiosa da Congada e do Congado em Uberlândia.

Durante a fala de alguns participantes do evento, aconteceu uma cobrança para que nós pudéssemos produzir um livro que contemplasse mais as mulheres consideradas como guardiãs, e não somente de três “matriarcas”, denominação utilizada pelos que fizeram uso da fala na referida noite de autógrafos.

Nesse sentido este livro surge como proposição a uma demanda social originária principalmente da comunidade afro-brasileira uberlandense. Trata-se de um recorte possível, há inúmeras guardiãs de memórias e saberes ancestrais em Uberlândia.

Com essa provocação, portanto, nossa intenção é que outros trabalhos possam surgir a partir dessa perspectiva de olhar para essas pessoas que são acervos vivos, infelizmente diluídos no decorrer das temporalidades, sem deixar registros de suas vivências, seus saberes, suas histórias.

Tags: saberes, rezas, benzições, histórias, memórias,
 Jeremias Brasileiro Jeremias Brasileiro
Crônicas e Ensaios das Gerais

Doutor em História Social pela Universidade federal de Uberlândia. É Comandante Geral da Festa da Congada da cidade de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, desde o ano de 2005 e presidente da Irmandade do Reinado do Rosário de Rio Paranaíba, Alto Paranaíba, Minas Gerais, desde o ano de 2011. Desenvolve pesquisas sobre cultura afro-brasileira e sua diversidade nas Congadas de Minas Gerais, associando-as com o contexto educacional, em uma perspectiva epistemológica congadeira, de ancestralidade africana. Um intelectual afro-brasileiro reconhecido na obra de Eduardo de Oliveira: Quem é quem na negritude Brasileira (Ministério da Justiça, 1998), que lista biografias de 500 personalidades negras no Brasil; e na obra de Nei Lopes: Dicionário Literário afro-brasileiro (Rio de Janeiro: Editora Pallas, 2011). Detentor de um dos maiores acervos digitais sobre as Congadas de Minas Gerais, constituído desde a década de 1980, historiador com vasta experiência e produção cientifica sobre ritualidades, simbologias, coexistências culturais e religiosas em oposição ao conceito de sincretismo. Escritor, poeta, possui textos de dramaturgia, crônicas, literatura afro-brasileira.

Leia também: Sincretismo não! Coexistência cultural e religiosa, sim. Parte 1