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O retorno do voto impresso e os benefícios para a educação brasileira!?

Publicado em 29/05/2021 - 10:48 Por Jeremias Brasileiro
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Créditos da imagem: Máquina de escrever - https://comunidade.rockcontent.com/


Nem um ditado popular um tanto equivocado de que “caranguejo é que anda para trás”, na realidade, ele só anda para trás quando está com medo; pois, ele também caminha para frente quando se sente seguro. O Brasil de 2021, ao ficar discutindo o retorno do voto impresso, da cédula eleitoral, parece desejar caminhar a passos largos para um passado cujas consequências são imprevisíveis, por isso, o retorno do voto impresso poderia trazer alguns possíveis benefícios para a educação brasileira, citaremos algumas, o leitor poderá imaginar tantas outras.

 

A chegada do voto eletrônico e mais recentemente da biometria, fez com que milhões de brasileiros deixassem suas canetas de lado, a escrita em cédula eleitoral se tornou desnecessária, com isso, o ato de escrever de igual forma, vem se transformando em algo desconhecido principalmente para a população mais jovem.


Deste modo, como é possível escrever sem saber manusear uma caneta esferográfica? Teríamos de fazer um retorno aos tempos da máquina de datilografia, reativar o Mobral, Movimento Brasileiro de Alfabetização, ou seja, o governo teria a contragosto, de investir na educação. As escolas públicas voltariam a ser valorizadas ao ofertarem cursos de “reforços de português, como escrever corretamente nomes de políticos”, deputados, senadores, governadores, presidentes.

 

Evidente que cometemos deslizes gramaticais por vezes, mas, os horrores presenciados nas redes sociais diariamente, com respeito ao português, são assustadores, nesse caso, o retorno da língua portuguesa como matéria obrigatória para votar corretamente em uma cédula eleitoral, seria benéfico para o Brasil. Teríamos uma população, e sobretudo os mais jovens, capacitados gramaticalmente também.

 

Por fim, uma outra perspectiva igualmente interessante, seria de contratar milhões de professores para ficar de plantão em cada seção eleitoral, no sentido de dar apoio, tirar dúvidas, aos desavisados que não saberiam escrever os nomes dos seus candidatos, outra oportunidade de trabalho que o retorno do voto impresso poderia trazer.

 

A realidade, porém, é outra, somos um país cujo analfabetismo digital é impressionante, duvido que as pessoas vão querer deixar de usar o “dedinho para votar” e terem novamente de reaprenderem a escrever com uma caneta esferográfica, provavelmente da marca Bic, cor azul.

Tags: Brasil, eleição, voto impresso, retrocesso
 Jeremias Brasileiro Jeremias Brasileiro
Crônicas e Ensaios das Gerais

Doutor em História Social pela Universidade federal de Uberlândia. É Comandante Geral da Festa da Congada da cidade de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, desde o ano de 2005 e presidente da Irmandade do Reinado do Rosário de Rio Paranaíba, Alto Paranaíba, Minas Gerais, desde o ano de 2011. Desenvolve pesquisas sobre cultura afro-brasileira e sua diversidade nas Congadas de Minas Gerais, associando-as com o contexto educacional, em uma perspectiva epistemológica congadeira, de ancestralidade africana. Um intelectual afro-brasileiro reconhecido na obra de Eduardo de Oliveira: Quem é quem na negritude Brasileira (Ministério da Justiça, 1998), que lista biografias de 500 personalidades negras no Brasil; e na obra de Nei Lopes: Dicionário Literário afro-brasileiro (Rio de Janeiro: Editora Pallas, 2011). Detentor de um dos maiores acervos digitais sobre as Congadas de Minas Gerais, constituído desde a década de 1980, historiador com vasta experiência e produção cientifica sobre ritualidades, simbologias, coexistências culturais e religiosas em oposição ao conceito de sincretismo. Escritor, poeta, possui textos de dramaturgia, crônicas, literatura afro-brasileira.

Leia também: Sincretismo não! Coexistência cultural e religiosa, sim. Parte 1