O Vírus Que Viaja No Celular
Publicado em 20/03/2021 - 10:07 Por Jeremias BrasileiroPor certo que já deveríamos estar livre de falar de assuntos espinhosos, tristes, que afetam nosso cotidiano implacavelmente. Excepcionalmente às vezes, o conto se faz necessário em tempos como o que estamos vivendo, em que uns atordoados não sabem o que fazer, outros insensatos pouco importam com o amanhã e muitos a pensar, de que forma organicamente sobreviver.
O Vírus denominado de COVID-19 é uma realidade entre nós, ele parece caminhar por todos os lugares e habitar espaços cujas acessibilidades são facilitadas pelas relações sociais. Não sei se há estudos científicos a respeito da possível presença de vírus em telas de celulares, eu, por precaução, limpo constantemente. O que tenho presenciado, é um comportamento descuidado, principalmente de jovens, ao usarem os celulares: em reuniões, festas, aglomerações.
Evidente que a maioria absoluta ou quase a totalidade não faz uso de máscaras, mesmo os que usam, os adultos também, tiram-nas para falar ao celular. Quantos espirros, quantas salivas, ficam impregnadas nas telas, que em ambientes festivos são compartilhadas com muitas pessoas?
E depois? Ao chegar em seus lares, quantas famílias não possuem crianças que por curiosidade colocam esses celulares nas suas mãos, brincam de escorregar os dedos nas telas, naturalmente não higienizadas pelos seus respectivos portadores? Quantas possibilidades de contaminações em massa poderiam ou não habitar em telas de celulares? Essas dúvidas por certo tem me acompanhando cada vez que percebo ajuntamentos de pessoas sendo exibidos nas redes sociais e em reportagens de televisão. Mas esse não é o único caso em questão nesse conto.
Estou a pensar em um vírus conhecido há muito tempo como língua. A língua é um vírus com uma capacidade extraordinária de promover mortes, quando associada a negações cientificas e uma utopia celestial, a uma seleção natural que isso comigo “não acontece”. É um replicar de conversações desnecessárias que incentivam os já insensíveis a praticar atos insensatos que atingem de morte os seus mais próximos: familiares, vizinhos, amigos.
A língua da geração mídias digitais quais whatsapps e outras, são propagadoras absurdas, em velocidade real, de outra doença, chamada de insensatez, que deveria estar somente nos livros de histórias do século XVIII.