Aprendendo a investir no Tesouro Direto: opção para médio e longo prazos (parte 1)
Publicado em 02/06/2021 - 16:25 Por Fernando Agra
Dando continuidade ao assunto do artigo da semana passada, que abordou as sugestões de aplicações financeiras para a construção de reservas de emergência e de oportunidade através de CDB´s com liquidez imediata, LCI´s e LCA´s com carência de, no máximo, 90 dias, vamos abordar, neste artigo, o Tesouro Direto, como opção para o acúmulo de patrimônio financeiro para médio e longo prazos (estudo dos filhos, complemento de aposentadoria etc.).
O Tesouro Direto que consiste em aplicar (poupar, investir) em títulos da dívida pública, do Governo Federal. O primeiro passo é acessar o site do Tesouro Direto (www.tesourodireto.com.br), verificar as instituições financeiras cadastradas, escolher uma e fazer o cadastro do Tesouro Direto no site (ou no aplicativo) da instituição escolhida (mais uma vez confesso que gosto muito dos bancos digitais devido a todos os benefícios que eles oferecem em relação aos bancos tradicionais). É importante observar se a mesma não cobra taxa de administração para investimentos no Tesouro Direto. Atualmente, a maioria das instituições financeiras não cobram.
Após o cadastro, você já pode investir a partir de R$ 30,00. Pelas regras atuais, o mercado de títulos públicos funciona de segunda à sexta-feira das 9:30 às 18:00 h. Os investimentos e resgastes são feitos dentro desses dias e horários. Há instituições financeiras que operam com agendamento e aí o investidor pode programar suas operações quando quiser. De posse dessas informações, o passo seguinte é a escolha dos títulos.
Existem três tipos de títulos: O Tesouro-Selic que é remunerado pela própria taxa Selic acrescido de um “pequeno” percentual. Esse tipo de título possui um caráter pós-fixado (pois depende da Selic), mas como existe também esse percentual, esse título também sofre a influência da chamada “marcação a mercado”, ou seja, o preço final do título sofre oscilações de acordo com a variação desse percentual. Quando esse percentual sobre, o preço do título cai e quando esse percentual cai, o preço do título sobre.
Outro tipo de título é o Tesouro-Prefixado. Como o próprio nome diz, o investidor sabe exatamente quanto terá de rendimentos no momento do investimento. E por fim, ainda tem o Tesouro-IPCA, que apresenta um percentual de remuneração acrescido do IPCA, ou seja, é título que protege o investidor da inflação, pois a sua remuneração total é corrigida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor – Amplo), que é calculado pelo IBGE e é utilizado pelo governo como índice oficial da inflação.
Todos os títulos apresentam uma data de vencimento, mas podem ser resgatados em qualquer dia. Como possuem a “marcação a mercado”, o investidor tem que ficar atento ao comportamento das taxas de juros de mercado, pois se as mesmas subirem, os preços dos títulos cairão (como mencionei anteriormente) e caso o investidor queira resgatar os títulos, o montante possa estar menor do que o que foi investimento inicialmente e assim ter prejuízo. Vale lembrar que o contrário é verdadeiro, ou seja, as quedas das taxas de juros proporcionam aumentos nos preços dos títulos e nesse caso, o investidor ganha com resgates antecipados.
O ideal é investir no Tesouro Direto com objetivos de longo prazo, pois se o investidor ficar com o título até o vencimento, ele receberá o combinado. Como a rentabilidade é diária, à medida que o tempo passa após a realização dos investimentos, a influência dessa marcação à mercado vai ficando menor. No próximo artigo continuaremos a abordagem sobre como investir no Tesouro Direto. Abraços e até a próxima semana.