Ceia de Natal está 16,20% mais cara em 2022
Publicado em 26/11/2022 - 01:22 Por Fernando Agra
O brasileiro vai gastar mais para montar a Ceia de Natal. De acordo com pesquisa que realizei com base nos dados do IBGE, os preços de 29 itens utilizados para a produção dos pratos, das sobremesas que compõem a ceia natalina, além das bebidas, ficaram, em média, 16,20% mais caros do que no Natal passado. Enquanto isso, o IPCA ficou em 6,47% no mesmo período do levantamento (novembro de 2021 até outubro de 2022). Isso significa que a inflação da Ceia de Natal é duas vezes e meia maior do que a inflação oficial do País. Segue, abaixo, a variação percentual dos preços dos 29 itens pesquisados:
· Frango inteiro: 5,12%
· Carne de porco (salgada e defumada): -3,09%
· Arroz: -4,66%
· Farinha de mandioca: 26,60%
· Maionese: 30,64%
· Ovos: 18,11%
· Milho verde em conserva: 23,32%
· Palmito em conserva: 5,56%
· Azeitona: 8,59%
· Alface: 20,33%
· Tomate: -21,99%
· Batata inglesa: 28,58%
· Azeite de oliva: 7,21%
· Óleo de soja: 6,41%
· Sal: 17,96%
· Gás de cozinha 10,20%
· Cerveja 9,97%
· Água e refrigerante: 12,46%
· Vinho: 5,30%
· Farinha de trigo : 35,40%
· Manteiga: 23,17%
· Açúcar cristal: 5,90%
· Fermento em pó: 6,99%
· Leite longa vida: 30,50%
· Leite condensado: 32,62%
· Uva: 19,19%
· Melão: 38,34%
· Maçã: 41,49%
· Manga: 29,49%
Fonte: Estudo realizado por Fernando Agra (Economista da UFJF), com base nos dados coletados do IBGE (2002).
Dos itens pesquisados, apenas 3 apresentaram queda nos preços (carne de porco, arroz e tomate). Todos os demais 26 itens subiram de preços, com destaques para as frutas (maçã, melão e manga que ficaram, em média, 41,49%, 38,34% e 29,49% mais caras, respectivamente); farinha de trigo, maionese, leite longa vida e leite condensado tiveram aumentos em seus preços da ordem de mais de 30% em relação ao Natal do ano passado. Em geral, preparar um prato ou uma sobremesa ficou mais “salgada” nesse Natal (até o sal, que é considerado um bem inelástico nos manuais de Economia, ou seja, cuja variações nos preços pouco alteram a quantidade consumida, pois não tem substitutos e é barato para qualquer classe de renda, desta vez subiu 17,96% ao longo dos último 12 meses). Refrigerantes, água mineral e cerveja também subiram mais do que o IPCA.
Vários são os fatores que contribuíram para esses aumentos: desde questões climáticas adversas, como secas em alguns locais do País e muita chuva em outros; taxa de câmbio depreciada (dólar alto) que torna os produtos importados, que compõem a ceia de Natal, mais caros; até resquícios dos efeitos da pandemia da Covid-19 que provocou desarranjo em alguns cadeias produtivas no comércio internacional; tudo isso contribuiu para uma diminuição da oferta e por consequência aumentos nos custos de produção, impactando diretamente no preço final de uma Ceia de Natal.
Em suma, como o brasileiro é criativo, ele pode fazer pesquisas e aproveitar algumas promoções; combinar com amigos, vizinhos ou familiares para realizar suas compras em atacarejos (redes de supermercados que vendem tanto no varejo, quanto no atacado) e conseguir comprar com preços unitários menores; evitar excessos e comprar somente o que for utilizar na ceia (combater todo e qualquer tipo de desperdício), entre outras medidas para economizar, mesmo que um pouco, na ceia com a família e amigos.