Existe um caminho que precisa ser percorrido
Publicado em 13/04/2022 - 23:25 Por Priscilla MundimA primeira coisa que eu preciso te explicar é a diferença entre endividado e inadimplente.
O endividado é aquela pessoa que possui qualquer tipo de dívida, mesmo que ela esteja sendo paga em dia: um carnê de uma loja, um financiamento, um cartão de crédito. Ou seja, quase toda a população brasileira é endividada porque poucas pessoas conseguem pagar tudo à vista.
Agora o inadimplente é aquele que possui dívidas e que não consegue pagar em dia. Em janeiro de 2022, o número de inadimplentes atingiu a marca de mais de 64 milhões de brasileiros, e o valor médio das dívidas por pessoa é de R$ 4.022,52.
- As principais dívidas são com bancos e cartões de crédito: com 28,4%.
- Em segundo lugar vem os serviços como conta de água, luz e gás com 23,7%.
- E em seguida, as dívidas com o varejo com 12,4%.
E você? Se enrolou? Tá recebendo ligação de cobrança o dia inteiro? Preste atenção nesse caminho.
- O primeiro passo é listar todos os seus débitos acumulados. Quanto dessa dívida compromete sua renda mensal? Qual será a prioridade de pagamento? A dívida que compromete sua subsistência será a primeira na lista do pagamento.
- Qual será a sua meta mensal de economia? O que você poderá cortar ou economizar para pagar seus compromissos atrasados? Se você passa a economizar, a possibilidade de voltar a ser um endividado será muito menor.
- Controlar seus gastos é outro importante passo. Anote tudo que você gasta durante 30 dias. Analise seus hábitos de consumo para entender como está sua vida financeira. Use um caderninho, o bloco de notas do celular ou uma planilha de acompanhamento mensal. O mais importante é mapear para onde o seu dinheiro está indo.
- Não renegocie a dívida antes de ter a real noção do seu orçamento mensal. Não adianta assumir um novo compromisso, com prazos mais longos e não conseguir honrar. Você precisa conhecer qual o tamanho do compromisso que caberá no seu bolso.
- Busque uma renda extra. Não consegue cortar nada no seu orçamento? Talvez seja a hora de rever a receita e buscar alternativas para ganhar mais.
- Envolva a família inteira nesse processo. A contribuição da família é essencial para sair do endividamento. Todos precisam viver o mesmo objetivo de colocar as contas em dia.
Agora pegue uma folha e um lápis e faça a seguinte relação, conforme esse exemplo:
Na primeira coluna, liste o credor (pra quem você deve), logo depois o valor inicial da dívida, quantidade de parcelas contratadas, valor das parcelas e o CET da dívida que é o custo efetivo total (taxa de juros cobrada, encargos e tarifas pagas para as instituições financeiras). E por último o valor atual da dívida. Nesta última coluna, a gente define a prioridade no pagamento de cada dívida.
Depois que essa listagem estiver concluída, você terá clareza sobre a sua situação. Aí é bom senso e um bom plano de quitação de tudo.
Nunca refinancie: empréstimo, cheque especial e cartão de crédito. O prazo vai aumentar e a dívida vai se tornar impagável.
Conte comigo.
Priscilla Mundim
Economista, jornalista e educadora financeira
@primundim